terça-feira, 17 de novembro de 2009

TRISTEZA NÃO TEM FIM?

Publicado no Jornal Biguaçu em Foco de 19/11/2009

Tristeza não tem fim felicidade sim. Assim começa a música composta por Vinicius de Morais e Tom Jobim. Música que trata da finitude da alegria e da constância da tristeza humana.

A bela música retrata na sua letra a sensação que normalmente as pessoas têm diante da fugacidade que as coisas da vida possuem. É próprio do ser humano sustentar a sua vida sobre tudo aquilo que é passageiro. As pessoas anseiam por tantas coisas acreditando que estas ou aquelas poderão lhes trazer maior ou menor felicidade.

Isto eu costumo chamar de felicidade circunstanciada, pois é aquela alegria que está depositada nas coisas que cercam o homem e a mulher. Trabalho, bens, viagens, festas, o ser humano circunstancia a sua vida acreditando que quando estiver mais próximo daquelas coisas que tanto almeja, se sentirá mais feliz e realizado naquilo é chamado de “um momento de sonho”. Mas será?

Se durante toda a nossa existência circunstanciarmos nossos sentimentos às alegrias que passarmos, ou às tristezas que enfrentarmos, incorreremos no sério risco da frustração e da desesperança. Deixe-me explicar melhor. Você está próximo de realizar uma prova ou mesmo morar em uma nova casa ou até quem sabe esperando o casamento ou o nascimento de um filho. Tendo se concretizado o que tanto esperava, de repente, vem aquele sentimento do realizado, da missão cumprida e da ação acabada.

Você se esforça, sua muito, se esgota e, quando conquista ou recebe o esperado, logo vem a tristeza e a pergunta: “Mas porque não continuou?”. O perigo da alegria circunstanciada, como diria Vinícius e Tom, é que ela se sustenta naquelas belas coisas da vida que nos deparamos no dia-a-dia, mas que logo de dissipam e acabam como, de fato, tudo nesta vida. Aquele momento maravilhoso quando se realiza aquela tão esperada coisa, parece até um sonho. Vem aquele desejo de que o que se está vivendo nunca acabe, mas... o fim é inevitável.

Bom seria se em nossa vida tudo fosse: “Felicidade não tem fim, tristeza sim”, mas enquanto vivermos haveremos de enfrentar esta realidade e o contraste entre felicidade e tristeza. Agora, é bom saber que isto não é o fim. Muito embora o livro de Provérbios nos fale que “A alegria embeleza o rosto, mas a tristeza deixa a pessoa abatida”, nos diz também no livro dos Salmos 30:5 que “O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria”.

Enquanto aqui vivermos, assim a nossa vida será. Não! Isto não é fatalismo, mas realidade, afinal, ninguém vive sempre e invariavelmente bem. A forma como você enxerga e percebe as coisas ao seu redor pode fazer toda a diferença. Refletir e olhar mais para dentro de si mesmo, buscar sentido além de tudo aquilo que é material, faz-nos ter mais esperança e não viver tão desalentados e angustiados. A felicidade existe e é real. Ela é muito mais do que tudo o que se espera. Ela está ao alcance de todos. Pode ser até passageira, no sentido que nem sempre estamos sorrindo, pois também temos os nossos momentos de tristezas e desilusões.

Ela não “precisa que haja vento sem parar” para ser real, porque até em meio a calmaria, aprendemos lições e somos fortalecidos. Jesus certa feita disse que ”o vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito”.

Se a vida precisar de vento, que seja um vento que ultrapasse nossa razão, que venha do alto, diretamente aos nossos corações e que seja constante. Porque melhor é a brisa suave constantemente, do que a grande ventania que traz seu agito, mas que logo se dissipa e acaba. Experimente receber este vento em sua vida e seja feliz!

Fique em Paz!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

OCUPAÇÕES DO PENSAMENTO

Publicado no jornal Biguaçu em Foco de 29/10/2009
A mente humana é um intricado, complexo e majestoso órgão, responsável pela coordenação e direção do corpo humano. Ao mesmo tempo em que a mente humana é geradora de grandiosas e belíssimas coisas, é capaz destruir e arruinar tudo o que criou, reproduzindo e engendrando os mais terríveis pensamentos e questionamentos. O cérebro humano é como uma gaveta ou armário em que vão se guardando dia após dia papéis e pequenas coisas. Chega uma hora em que um espaço, de fato, é necessário, e, então somos obrigados a fazer uma limpeza livrando-nos de tudo o que não tem proveito. Igualmente deveríamos agir em relação a nossa mente, guardando apenas o necessário e essencial para viver e lançando fora tudo o que possa apenas ocupar espaço de coisas mais importantes e necessárias à vida. Mas infelizmente não é sempre assim. Somos hábeis em guardar e acumular coisas pequenas e sem importância. As gavetas e os armários do pensamento vão acumulando tristezas, mágoas, ressentimentos, medos, incertezas, frustrações, ansiedades e tudo mais que faz mal e não bem. O ser humano se preocupa com o futuro que não existe, se apega com vigor ao passado já sepultado, pois não há quem possa refazer o passado nem tampouco retocá-lo, e, acaba, por fim, não vivendo o presente. Assim, vive comprimido entre o que virá e o que já foi. Se considerarmos a vida humana como um todo de 100%, diria que 75% do tempo que gastamos nesta vida diz respeito às coisas do futuro. As pré-ocupações, as enfermidades que não existem, mas que podem vir, a sonhada aposentadoria, as contas que vencerão, as festas de fim de ano, entre outras. Os outros 20%, seriam apontados como aqueles dedicados ao passado, às lembranças negativas, à insuficiência de perdão. As pessoas têm o hábito de justificar as ações do presente com acontecimentos do passado, acumulando problema sobre problema. Não que não existam lembranças ruins do passado que tenham magoado e entristecido o coração, mas existem pessoas que são hábeis em arquivar tristezas durante a vida e se nutrirem delas diariamente. Sobram ainda 5%, que são aqueles em que as pessoas usam para viver o presente. É neste pequeno espaço que as pessoas comem, bebem, dormem e rapidamente compartilham suas vidas com as de outras. Quer dizer, praticamente não vivem. Trabalha-se exaustivamente com o propósito de superar o passado, mitigando a vida que vivia. Vislumbra-se um futuro, sonhando e imaginando como e quando se viverá, mas se esquecem do presente. Agostinho de Hipona afirmou que nem a duração de um dia é toda ela tempo presente. Dizia ele que “o dia e a noite compõe-se de vinte e quatro horas, entre as quais a primeira tem as outras todas como futuras, e a última tem a todas como passado”. É evidente que ele quis dizer que a nossa vida está situada no presente em que estou situado, como eu estou em frente a um computador escrevendo estas palavras e você está lendo estas linhas em frente a outro computador ou lendo um jornal. Portanto, precisamos, vez por outra, limpar nossas mentes eliminando todas as quinquilharias inúteis que só nos prendem ao que já foi e não pode voltar ou, àquilo que virá e ainda é incerto. Procure fazer com que seus pensamentos e propósitos neste momento sejam bons e positivos, não deixe para depois, para um tempo que não existe, lance fora tudo aquilo que apenas ocupa espaço e não permite que você vá para frente. Paulo em uma de suas cartas afirmou aos seus leitores: “Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e detenham-se nas coisas boas e belas que há em outras pessoas. Pensem em todas as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus e alegrar-se com elas”. Fp 4:8. Assim, que as ocupações do pensamento sejam sempre excelentes, resultando no agora, agradáveis momentos de vida. Fique em Paz!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Livrando-se do lixo mental...

"...Você e eu murcharemos e morreremos como tudo o que está vivo, seja o planeta, uma pessoa ou uma planta. Este é o cenário de nossas vidas e só não vê quem não quer. partimos do princípio de que a preocupação é a emoção "consciente", aquela que é induzida pelos fatos. Podemos nos concentrar nos fatos "inevitáveis" da vida ou no ponto onde estamos e no que estamos fazendo. quando relaxamos, começamos a nos abrir para uma realidade que vai muito além daquele cenário préconcebido sobre o futuroque inventamos. A preocupação está sempre relacionada ao futuro, mesmo que o futuro seja o momento seguinte". NÃO LEVE A VIDA TÃO A SÉRIO - Pequenas mudanças para você se livrar de grandes problemas. Hugh Prather. Editora Sextante.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

OURO DE PARVO

Por Matheus F. Santiago - Publicado no Jornal Biguaçu em Foco em 15/10/2009

Graciliano Ramos, certa feita disse que as palavras devem ser escritas como as lavadeiras de Alagoas realizam seu ofício: "Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar”.

O grande escritor usou este exemplo típico para afirmar que as palavras escritas, e incluímos aqui as faladas, não servem para brilhar como ouro falso e sim para dizer verdades. E olha que falar de palavras verdadeiras num mundo em que nem tudo é verdadeiro é tarefa árdua.

Uma das grandes chagas da sociedade de nossos dias (2009) é o descrédito nas palavras. Por desacreditar de tudo o que ouve e por ouvir tantas mentiras, a incredulidade ocupa cadeira cativa no ideário da sociedade e desperta a desesperança nas pessoas.

Ouvir palavras estultas e vazias como as que ouvimos em nosso cotidiano, não são difíceis e tampouco exigem excessivo esforço para encontrá-las. Promessas políticas não cumpridas, previsões ora otimistas ora não, grandes descobertas, promessas religiosas, são tantas falações que nossos ouvidos já confundem sem saber distinguir entre aquilo que seja aceitável e aquilo que não seja.

Nas relações pessoais as palavras tomam ares de dubiedade e estas acabam por vicejar intolerância entre as pessoas. As palavras nem sempre soam uma verdade e quase sempre quando ditas, vem atreladas a insensatez humana que agrega desculpas, interesses e vontades pessoais.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O QUE É O SER HUMANO? Publicado no Jornal Biguaçu em Foco de 03/09/2009

A máxima que habitava o pensamento do filósofo grego Sócrates “conhece-te a ti mesmo” tem sido considerada a mais elevada de todas as definições produzidas pelo homem. Neste inesgotável e constante contra-senso que vive, o ser humano caminha entre o seu profundo dinamismo, suas aspirações e suas inexplicáveis variações de comportamento que oscilam entre o bem e o mal, sinceridade e perversidade, progresso e retrocesso. Amparado pela razão, o ser humano percorre por saberes e conhecimentos que ele mesmo cria e que o aprisionam neste desejo de conhecimento de onde vem e para onde vai. Surge a pergunta: será possível ao homem conhecer a si mesmo? Conseguirá fazê-lo? Certamente não, pois lida com a sua inconstância e volubilidade, pois aquilo que hoje o atrai e as impressões que lhe parecem firmes e inabaláveis são as que mais rapidamente se desbotam. Dominada por suas angústias, a humanidade tenta suavizar e minimizar seus reais problemas e realidades, caminhando pela estrada do escapismo refugiando-se naquilo que é mais aparente e desnecessário à vida e a sua manutenção. Enfraquece suas relações pessoais, despeja centenas de kilos de insatisfações e frustrações naqueles que os cercam. Reveste-se de religiosidade aparente e vazia para justificar sua acidez espiritual, construindo muros ao seu redor e encastelando-se a si mesmo. Desconfiança no futuro e incertezas de todos os lados faz parte do cardápio destes dias que se seguem. Fobias que surgem, medos que se alastram e temores que levam as pessoas a pensar até mesmo que não possa mais haver esperança. O maior dilema para o ser humano de nossos dias (2009) é achar que ele mesmo pode resolver seus problemas e dilemas quando na verdade ele é o seu próprio lobo (predador). Enquanto a humanidade acreditar que pode encontrar em si mesma esperança para sua vida, continuará a amargar penoso fardo de culpa por não encontrar alento nem em si, nem tampouco naqueles que a cercam. O texto bíblico de 1ª Cor. 10:12 diz: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”. Este texto nos faz uma solene advertência. Diz-nos que devemos nos manter sempre atentos e vigilantes em tudo o que fazemos, pois somos dados a quedas. A Bíblia diz mais, afirma em Jeremias 17:9 que “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto”. A esperança que necessitamos nos dias de hoje e sempre, provém de Deus. Quando desanimarmos com o homem e quando acreditarmos que não mais existe solução para os conflitos humanos, devemos esperar em Deus. O rei Davi quando estava esgotado e desesperançado com a vida, orou: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança. Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei jamais abalado. De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha forte rocha e o meu refúgio” Salmo 62:5-7. Que esta seja a nossa oração em tempos de crise e desesperança. Que Deus seja sempre a fonte da nossa plena e eterna confiança. Fique em Paz!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

UM CAMINHO SEM VOLTA - Publicado no Jornal Biguaçu em Foco de 01/10/2009

“Navegar é preciso, viver não é preciso”. Esta antiga frase muitas vezes atribuída ao grande poeta lusitano Fernando Pessoa, foi na verdade proferida por Pompeu, general romano que viveu por volta de 70 a.C. Pompeu afirmou que para se navegar é necessária precisão, exatidão e perfeição. No entanto, viver a vida não é algo preciso, ao contrário, trata-se de um instigante e incógnito desafio. Quando nascemos somos convidados a viver o desconhecido. Somos chamados a trilhar um caminho sem volta, isto porque ainda que tenhamos referências familiares fortemente solidificadas, estas não determinam o que viveremos enquanto aqui estivermos. Alegria e tristeza; fé e dúvida; amor e ódio, entre tantas outras palavras, nos acompanharão em nosso dia-dia. Somos convidados a abrir mais espaço ou não para uma palavra ou outra, e, assim a nossa vida é conduzida. Dia desses vivi uma situação que considero inusitada. Esperava com minha esposa pelo elevador no andar onde moramos quando se aproximou um casal de vizinhos de partida para a maternidade para o nascimento da sua terceira filha. Enquanto estávamos no elevador notei um misto de alegria e ansiedade do casal diante da alegria de mais um nascimento. Chegando ao piso térreo, uma equipe médica de emergência estava envolvida em atender uma senhora, também vizinha do mesmo andar, acompanhada de sua filha. Há muito esta senhora vem lutando contra um câncer que lhe consome os dias, e naquele momento era levada às pressas ao hospital. Extremos comuns da vida. Enquanto muitos nascem com a expectativa do futuro, outros lutam para ficar mais um pouco. Situações abismais: de um lado a alegria e a ansiedade dos pais que esperam receber mais um filho, e, do outro, a tristeza e a ansiedade da filha que assiste impotente o sofrimento da mãe. No caminho da imprecisão sabemos apenas que a humanidade “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e do seu trabalho nada poderá levar consigo” Eclesiastes 5:15. Caminhamos, corremos e por muito pouco nos angustiamos. Se por cada dúvida que por vezes geramos em nossos pensamentos, fossem produzidos tijolos, certamente seríamos possuidores de muitos castelos. Saber que na vida lidamos cotidianamente com extremos, não nos conduz a um estado de desesperança nem tampouco a um desacreditar da vida, ao contrário recebemos a bendita oportunidade em Deus de reconduzir nossa existência àquilo que é essencial. Mas, o que é essencial em nossas vidas? O autor do livro de Eclesiastes primeiramente afirma que “nós trabalhamos e nos preocupamos a vida toda e o que é que ganhamos com isso?” Ecl. 2:22 (NTLH). Depois afirma que “Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?” Ecl. 2:25. Longe de Deus tudo fica mais difícil, nossa caminhada se torna mais dura e mais facilmente sofremos sem esperança. Neste navegar impreciso que é a vida somos chamados a viver cada instante como um tributo a alegria e a paz, à nós e àqueles que nos cercam. Que as imprecisões da vida sejam substituídas pela alegria e pela fé que recebemos da parte de Deus, por meio de Cristo aos nossos corações. Fique em Paz!

terça-feira, 14 de julho de 2009

O DEUS DESNECESSÁRIO. Por Matheus Felipe Santiago

Publicado no jornal Biguaçu em Foco - 02/04/2009 Desse deus, definitivamente, nós não precisamos! Afinal, foi criado segundo a imagem e semelhança do homem e é justamente por isso que não necessitamos dele. O deus desnecessário está sujeito à arrogância e a cobiça de homens e mulheres, pois sua manifestação e existência são motivadas pela necessidade e volúpia humanas. O deus desnecessário é obediente. Isto é verdade porque seus adoradores costumeiramente se remetem a ele dizendo: “eu ordeno”, “eu declaro”, “eu exijo”, “eu determino”; quando não, fazem dele a semelhança de um remédio para dor de cabeça e neste caso só é lembrado quando dele se necessita. Esse deus é limitado pelo tempo e espaço, e isto tanto é verdade que ele tem dia e hora certa para apresentar-se e fazer os seus milagres. Ele não é misericordioso, nem tampouco gracioso, ao contrário, é incompassivo, pois exige dos seus adoradores rotinas meramente religiosas onde não existe reflexão, nem tampouco convicção de fé alguma. As Sagradas Escrituras nos falam desse deus e se referem a ele como sendo “obra das mãos dos homens” Salmos 115:4, e por ser ele feitura de mãos humanas torna-se um ídolo, adorado e venerado (Salmo 96:5). O deus desnecessário está fartamente presente em nossa sociedade por meio dos tradicionalismos religiosos que semeiam uma fé morta nos que vivem. Esse deus é criado segundo a necessidade de cada um. Um deus para cada vontade. Nossa cultura curva-se quase na sua totalidade ao antropocentrismo (que trata o homem como centro de todas as coisas), e que conduz o ser humano a agir como um escorpião que se fere com a sua própria arma, e ao picar-se, se mata. As pessoas criam seus próprios deuses que as conduzem para o caminho da morte espiritual e para o apagamento da fé. Buscam mais e mais esse “deus desnecessário” rejeitando e desconhecendo o Deus Verdadeiro. O Deus Verdadeiro é o Deus que a Bíblia fala. Não foi feito por mãos humanas, pois foi Ele mesmo quem criou o homem. É esse Deus que o profeta Jeremias testemunha dizendo: “Mas o Senhor é o verdadeiro Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno...” Jr 10:10. Agostinho de Hipona refletindo sobre a essência dos que buscam a Deus disse: “Todos te consultam sobre o que querem, mas nem todos ouvem sempre o que querem”; por isso é que o Deus verdadeiro é deixado de lado, porque a sua verdade penetra até o mais profundo da alma humana, revelando a si mesmo quem de fato se é. O Deus verdadeiro nos conhece sem máscaras, sem arranjos, com todas as rugas e virtudes que possamos ter. João Calvino certa feita afirmou que “A verdade é aquele puro e perfeito conhecimento de Deus, o qual nos livra de todo e qualquer erro e falsidade”. Somente no Deus Verdadeiro é que a humanidade poderá encontrar um real sentido de vida que conduz todo o coração vazio, acerbo e indiferente ao pleno conhecimento das verdades de Deus. Portanto, abandone hoje mesmo o “deus desnecessário” e receba em sua vida o Deus Verdadeiro que está perto, e que todos os seus ensinamentos são a Verdade. Salmo 119:151. Fique em Paz!

quarta-feira, 18 de março de 2009

QUE MURO TE CERCA? Por Matheus Santiago.

Há algum tempo atrás andando pela universidade onde estudo, li uma pequena frase escrita numa das paredes que se destacou entre as demais coisas que lá estavam pintadas e escritas. Vi a seguinte inscrição: “Que muro te cerca?”. Confesso que esta pequena e quase insignificante frase saltou aos meus olhos e passei a refletir sobre o seu real significado. Pensei durante alguns instantes, mas logo depois segui adiante e esqueci-me dela. Tempos mais tarde, lendo o evangelho de João, encontrei a passagem sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando montado em um burrinho, atraiu uma multidão de pessoas que o receberam com honras de um rei. Os fariseus (seguidores obstinados da lei de Moisés), sabendo de todas as coisas que Jesus estava realizando, armavam-lhe “ciladas, a fim de o apanharem em alguma coisa que dissesse” Lucas 11:54. Na verdade, tudo isso porque Ele foi além. Jesus foi muito mais além do que qualquer outro homem na história pudesse ir. Transformou água em vinho em uma festa de casamento (João 2:1-12); conversou com uma mulher que fazia parte de um povo rejeitado pelo seu (João 4:1-18); alimentou uma multidão (João 6:1-15); ressuscitou um homem (João 11:1-46), teve como discípulos homens e mulheres de diversas classes e origens sociais entre tantas outras coisas. Rompeu os muros da discriminação, do juízo temerário, da frieza espiritual e da intolerância religiosa.
Andou com gente excluída socialmente, desde o muito rico até o mais pobre, porque desejou reconduzir os homens que estavam alienados em seus próprios mundos à presença de Deus. Seria impossível alguém ver e encontrar a Jesus e não sentir-se tocado pelo seu modo de ser e sua maneira de agir. Ele incomodava as autoridades religiosas de sua época, porque não fazia distinção de pessoas nem tampouco de suas origens, como era comum naquele período. Jesus afirmou que aqueles que o desejassem seguir deveriam “fazer a vontade do Pai, que está nos céus” (Mateus 7:21), abandonando todos os muros que impedem alguém de crescer em direção a presença de Deus. Hoje, muitos muros podem nos cercar. Alguns são os mesmos muros que Jesus transpôs e que também são colocados diante de nós para os transpormos. Antonio Vieira certa feita afirmou que “Os muros, como o cinto, não são muros enquanto se não fecham”. Sabemos ainda que todos os muros têm um acesso de entrada e saída, um portão ou uma porta que permitam a quem passa por eles, encontrar novas realidades. Jesus afirmou “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (João 10:9). Somente por meio de Cristo poderemos transpor os muros que estão diante de nós, e caminhar para uma nova vida, uma nova visão, onde apenas o fazer a vontade do Pai será a nossa vontade. Transponha os seus muros, passando pela porta que é Jesus.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

SINAIS. Por Matheus Santiago

Publicado no JB Foco em 19-02-2009

Existe uma verdade factual em nossas vidas. Somos mais atraídos por aquilo que os nossos olhos vêem do que por aquilo que o coração sente. A ordem parece sempre ser esta: ver para sentir. Ao ouvirmos falar de um determinado lugar, por exemplo, podemos até imaginar como ele é, mas nossas impressões tomarão forma à partir do momento em que pudermos vê-lo e senti-lo.

Vivemos em um tempo em que homens e mulheres, cada vez mais, baseiam sua fé na observação das luzes e das cores. O real e verdadeiro é o que se pode tocar e ver. Aquilo que normalmente não se pode ver é considerado digno de desprezo e desconfiança.

Encontramos na sociedade de um modo geral, três grupos de pessoas. Inicialmente as que crêem em Deus por meio da fé. Estas não precisam de provas para sustentar sua crença em Deus, pois sabem que a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se vêem.

Em seguida encontramos as que não crêem na existência de Deus. Este grupo tem ganhado cada vez mais adeptos na atualidade e como afirmou Gerald Wald, fisiologista e ganhador do prêmio Nobel, “Optam por acreditar no impossível, isto é, que a vida surgiu espontaneamente por acaso”.

E em terceiro lugar, vê-se o grupo daqueles que condiciona suas crenças naquilo que pode ser visto e tocado. Creio que este último grupo é o que mais tem se destacado. Trata-se de homens e mulheres levados de um lado para outro, pela ansiedade e o desejo da satisfação pessoal. Navegam pela vida como um barco sem timoneiro que abatido por rijos ventos percorrem o mar sem saber para onde vão.

Andam em busca da cura de uma enfermidade, da prosperidade financeira, do êxito profissional, da libertação da família. Movimentam-se em direção àqueles que lhes apresentarem as melhores propostas de benefícios espirituais ou de solução dos seus problemas.

Nestes tempos em que a religião tornou-se semelhante àqueles restaurantes de comida rápida (fast food), não é estranho encontrar pessoas assim. É chegar ao restaurante (igrejas e templos), ler o cardápio (serviços espirituais), pedir o que se deseja ao garçom (líder religioso) e ser atendido com a maior brevidade possível.

Jesus antes de curar o filho do oficial do rei, questionou-o: “Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis” João 4:48. Cristo estimula-o a enxergar a cura do seu filho não como um fim em si mesmo, mas como uma forma de ver a presença de Deus em sua vida. Cristo deixou claro que seus atos miraculosos não são a razão, nem tampouco a essência da fé, mas um meio pelo qual Deus mostra seu cuidado e amor por cada um dos que são seus.

Quem anda em busca somente de grandes bênçãos ou de fatos extraordinários em sua vida, pode se decepcionar muito, pois Cristo deixou claro que muito mais que os grandiosos milagres que possam ocorrer em nossas vidas, ele anseia que conheçamos em essência as verdades da Palavra de Deus. Desta forma, busque a Deus em primeiro lugar, pois como afirmou Jesus: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” Mateus 6:33.

Fique em Paz!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O DIA DO DESCANSO. Publicado no Jornal Biguaçu em Foco em 06/02/2009

O DIA DO DESCANSO

 “E havendo Deus terminado no sétimo dia a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito” Gênesis 2:2

 O descanso é elementar e fundamental. Sua importância, cientificamente comprovada, nos aponta não apenas a necessidade como também a obrigatoriedade que todos, homens e mulheres, têm de usufruir deste bem.

Encontramos no quarto, dos dez mandamentos dados por Deus a Moisés no monte Sinai, a reafirmação daquilo que anteriormente já havia sido consignado: a guarda de um dia para o descanso.

O vocábulo sábado, na Bíblia Sagrada, tem origem na palavra hebraica Shabbath, que significa repouso e descanso. Muito embora este vocábulo seja usado em nossa língua para significar o sétimo dia da semana, em outros idiomas encontramos significados diferentes como no alemão sonnabend (véspera do sol) ou no francês samedi (dia de saturno), donde se vê que não existe um dia específico para se descansar.

Por mandado divino o dia do descanso foi estabelecido para que o homem pudesse dele usufruir. Na verdade, este dia é aquele em que reservamos tempo para aliviar a carga diária junto de nossos familiares e também para adorarmos a Deus.

 Jesus deixa bem claro no evangelho de Marcos 2:27 “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”, reafirmando o ensino de que o homem tem este dia para o pleno sossego e adoração a Deus.

A revista Saúde é Vital do mês de janeiro de 2009 trouxe o resultado de um estudo recentemente realizado nos Estados Unidos com 92 mil mulheres. Neste estudo observou-se que mulheres numa faixa etária entre 50 e 79 anos que freqüentavam reuniões religiosas, apresentaram uma tendência a viver mais.

Isto porque, ao buscarem uma vida religiosa mais profunda, deixaram de lado determinados tipos de vícios e comportamentos prejudiciais a saúde, o que aumentava a sua expectativa de vida em 20%. Vê-se então que o descanso associado à busca de uma vida de fé aumenta certamente a qualidade e a expectativa de vida de uma pessoa.

Antônio Vieira afirmou certa feita que “A razão por que não achamos o descanso é porque o buscamos onde não está”, ou seja, toda a fonte de descanso de que necessitamos em nossa vida está em Deus.

Descansar é indispensável ao equilíbrio do ser humano. Seu exercício torna melhores as relações entre as pessoas, repele as intempestividades, fazendo com que homens e mulheres dêem mais valor à vida.

Ao instituir o Shabbath (descanso), sabiamente, Deus providenciou que o homem reservasse um tempo para a tranqüilidade encontrando assim tempo para adorá-lo.

Assim, não abra mão do seu descanso. Reserve tempo para fazer as coisas que mais gosta e que entre elas esteja a busca incessante da presença de Deus, afinal Ele é quem nos presenteou com o Dia Do Descanso.

Fique em Paz!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

QUE FUTURO SERÁ? Por Matheus Santiago

Publicado no Jbfoco em 08/01/2009

A cada novo ano surgem novas expectativas e novos projetos. Um ciclo se encerra, e junto dele a aurora de um novo dia repleto de esperanças e realizações onde se espera que os problemas existentes sejam resolvidos e bênçãos maiores surjam.

É sempre muito bom esperar empreender, construir, fortalecer e reedificar o que caiu. Melhor ainda é ver diante de nós o resultado daquilo que projetamos.

Quando se alcança êxito ante um empreendimento simples, têm-se a impressão de que também se poderá alcançá-lo na realização de outros feitos. No entanto, isto nem sempre pode acontecer.

É evidente que ninguém espera vivenciar problemas ou grandes dificuldades em sua vida. É próprio do ser humano esperar receber sempre boas dádivas.

Mas o que fazer quando os problemas se tornam inevitáveis? Quando não podemos controlá-los e quando surgem independentes de nossas vontades? É certo que muito pouco ou quase nada se pode fazer.

O filósofo Francis Bacon falando acerca do tempo em que vive o homem, afirmou: “O futuro do homem está oculto no seu saber”. A Bíblia assevera que “... se é amor ou se é ódio que está à sua espera, não o sabe o homem. Tudo lhe está oculto no futuro” Eclesiastes 9:1.

Para nós seres humanos, o tempo vindouro sempre será uma incógnita, uma dúvida, um mistério. Nossa incapacidade de prevê-lo mostra-nos que de fato somos insignificantes.

Por mais que a vida moderna nos dê a impressão de que tudo está sob controle, na verdade não está. Quanto mais a ciência e o conhecimento humano aumentam, mais se tornam crescentes também as incertezas do homem. Quanto mais a humanidade sabe acerca de si mesma, mais dúvidas têm e menos feliz é.

Jesus advertindo seus discípulos quanto a ansiedade que o homem poderia enfrentar ante este fato, advertiu-os de que não deveriam se inquietar com o dia de amanhã, porque “... o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” Mateus 6:34.

Diante de tal verdade aprendemos que o futuro pode até ser planejado, sonhado e refletido, no entanto, planejar, sonhar e refletir, não nos dá condições de saber e conhecer efetivamente o que acontecerá em nossas vidas.

É importante planejar o futuro sem esquecer do passado e das lições que ele nos traz. Sonhar com o futuro é bom, mas não devemos nos esquecer de que nossos pés devem estar fixos no chão do presente. Refletir também é salutar, mas a ação deve ocorrer concomitante a reflexão, afinal ninguém pode viver a divagar sobre a vida e suas vicissitudes.

Somente assim é que podemos vislumbrar em parte o futuro que teremos. Aprendendo com o passado, planejando e sonhando com o futuro, mas agindo no presente.

Planeje, sonhe e aja em 2009. 

RENOVAÇÃO...

  “...transformai-vos pela renovação da vossa mente ...”. Rom 12.1-2   Cada situação nova que vivemos em nossa vida é a oportunidade que t...