quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Simonias modernas e o banco da fé!


O historiador March Bloch disse certa feita que “o homem, não se duvide, também muda, na sua mentalidade e, quiçá, também no mais profundo do seu ser físico”.

O estudo da história nos mostra que por mais que as circunstâncias e situações mudem com o transcurso dos anos as motivações humanas são sempre muito semelhantes.

Isto me dá a certeza de que a humanidade nestes últimos tempos pode ter mudado sobre muitos aspectos, mas continua deixando aflorar do seu interior aos outros aquilo que não gostaria jamais experimentar para si mesma.

Olhamos e julgamos os outros sempre a partir do que somos e não a partir daquilo que os outros são. Foi por esta razão que muitas vezes a religião se tornou perseguidora em muitos momentos daqueles que lhe opuseram ou questionaram.

Ao olharmos para o Cristo bíblico encontramos muitas vezes um Cristo diferente daquele pregado em muitos púlpitos país a fora. O que se vê por aí é um Cristo que somente atende a pedidos e desejos de homens e mulheres desesperados por verem cumprir seus sórdidos desejos.

Dia desses passava em frente a um galpão de curas e milagres, que pretenciosamente alguns ousam chamar de igreja e me chamou atenção uma cena inusitada.

Enquanto um homem à frente falava e gesticulava ininterruptamente, diante dele um número expressivo de pessoas colocava suas mãos sobre as cabeças como se estivessem sendo rendidas diante de um assalto.

O pregador usava a Bíblia como pretexto para o seu discurso e as pessoas que lá estavam em algum momento deixaram algum valor, na esperança de, no mínimo, receberem a mesma parte com uns jurinhos a mais.

É o banco da fé! Como uma bolsa de valores da religião, onde você deposita e espera, porque como dizem estes falsos discursos: quanto mais se dá mais se recebe.

O que mais me estranha é ver que mesmo com tanta informação e conhecimento como possuí em nossos dias, as pessoas se dobram em busca das simonias modernas.

Ao tempo da reforma do século XVI uma das realidades mais questionadas era a venda da simonia. A simonia era a venda de coisas sagradas ou espirituais. O nome veio do Simão o Mágico que tentou comprar do apóstolo Pedro o dom de conferir o Espírito Santo.

Infelizmente é duro reconhecer que realidades como estas persistam em nossos dias e que o crescimento é vertiginoso e cada vez mais comum Brasil a fora. Parece que a mensagem mais elementar deixada por Cristo seja tão esquecida e tão pouco praticada: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

As mentiras pregadas em muitos púlpitos da atualidade parecem-me mais aguilhoar e condenar pessoas do que efetivamente se disporem a auxiliar pessoas no caminho do conhecimento de si mesmas e de Deus. Quiçá possamos em tempo não muito longínquo encontrar um fim a todo este percalço a fé que tem se espalhado virulentamente em nossa nação.

Matheus Felipe Santiago, pr.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

TUDO NO TEMPO DE DEUS
A máxima dita pelo escritor de Eclesiastes é muito conhecida por nós cristãos e amplamente pregada nos púlpitos das nossas igrejas: Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião.
Embora seja tão difundida esta verdade na grande maioria das vezes, ou especialmente quando passamos pelo fogo da provação pode se tornar até mesmo pequena e pouco lembrada.
Quando somos acrisolados queremos que tudo o que nos angustia e incomoda seja retirado das nossas vidas. Nossos corações por mais confiantes que pareçam vão aos poucos perdendo o vigor e a convicção e a certeza que ora se inflamava. Agora, tudo ao redor vai se esvanecendo como a vela que está no fim e que luta para se manter acesa e não ser engolida pela cera quente.
Nossa ansiedade é aumentada, especialmente quando recebemos uma notícia que pode mudar completamente nossas vidas e que pode nos trazer resultados insolucionáveis.
É tão mais simples quando temos problemas que podemos resolver ou administrar. Uma conta que deveria ter sido paga e foi esquecida, o colesterol que anda alto pelo excesso de comida e a falta de exercícios físicos. Embora estes problemas quando surjam em nossas vidas pareçam grandiosos, eles se tornam pequenos na medida em que são superados e outros novos surgem.
O problema não são as lutas pontuais e eventuais que enfrentamos em nosso dia dia, mas aqueles que se sucedem como uma cascata volumosa de águas e que tentam nos tragar levando-nos a um ponto em que pensamos que vamos submergir.
A Bíblia em todo o seu saber nos fala de homens e mulheres que foram acrisolados, e que passaram pelo fogo da provação. Abraão, A mulher Sunamita, Jacó, Rute e Noemi, Elias, Moisés, Maria, Paulo, Daniel, entre tantos outros que poderíamos citar, são hoje, personagens de uma grande história de fé e superação, no entanto, a seu tempo, foram homens e mulheres como eu e você, com seus dilemas, lutas diárias, mas que se superaram.
Estes personagens e todos os outros da Bíblia são singulares porque demonstraram em sua vida a manifestação suprema do poder de Deus. Pessoas com vidas e histórias comuns, mas que se tornaram extraordinárias na medida em souberam esperar e confiar no Senhor. Esta esperança e livramento foi o que os manteve de pé e os fez triunfar  mesmo  quando todos os prognósticos eram desfavoráveis.
Nesta ultima semana li no retrovisor de um taxi que eu estava na cidade de São Paulo uma frase muito simples, mas ao mesmo tempo era o que eu mais precisava ouvir no momento em que eu estava vivendo. A frase dizia o seguinte: Tudo no tempo de Deus.
Aquela frase caiu como uma luva. Entre os mais de 33.000 taxis existentes na cidade de São Paulo, aprouve o Senhor fazer-me entrar naquele taxi e me enviar este simples recado que eu tanto precisava ouvir.
Eu tive como ainda tenho a nítida sensação de ouvir a voz do Senhor dizendo: Matheus todas as coisas são no meu tempo. E, assim, se fez! Aquele era mais que um simples recado, mas a promessa de que o amor a Deus e a fé que nele temos nos faz superar barreiras e vencer limites.
Agora o nevoeiro já se dissipa e o sol volta a brilhar como foi outrora. A Palavra que fica é aquela que o experiente e por tantas vezes provado Paulo diz: “a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu. Romanos 5:3-5
Deus nos abençoe!
Matheus Felipe Santiago.

terça-feira, 20 de março de 2012

O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

“Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes...” (Joel 2:13) Atualmente (2012), vivemos numa sociedade em que é normal dar maior atenção a pequenos detalhes como roupas de marca, aparência física (magro, bonito, alto), do que sobre aquilo que alguém deve realmente ser ou significar. É verdade, em muitas circunstâncias as pessoas procuram mostrar mais o que não são do que realmente são e isto conduz a uma vida de aparência e por consequência as pessoas deixam de viver em transparência de vida. Quando falamos da vida espiritual devemos levar em conta o fato de que é necessário viver com coerência. Viver mais pela prática do que pelo discurso. Viver mais pelo interior do que pelo exterior. O verdadeiro arrependimento vem de dentro para fora. Isso nos diz respeito às formas e cerimônias inventadas pelos homens. Elas não têm maior valor e significado do que os corações quebrantados e conscientes de si na presença de Deus. A leitura da Bíblia ou mesmo a freqüência a cultos podem ser citadas como sem efeito se não vierem envoltas a um coração terno e contrito na presença de Deus. João Calvino certa feita afirmou que “se porventura desejamos lograr algum progresso na escola do Senhor, devemos antes renunciar nosso próprio entendimento e nossa própria vontade”. A humanidade se volta mais a aparência do que a essência. Precisamos observar que a natureza humana tende para o mal, assim sendo curar a essência é mais difícil do que a aparência. Não esqueçamos de que a aparência pode ser retocada, pintada e escondida. Como afirmou CH Spurgeon, “... arrancar pecados queridos é como arrancar os próprios olhos”. É mais fácil procurar desculpas para os erros do que livrar-se deles. Rasgar o coração deveria ser atitude continua e não eventual. Para isso se requer grande esforço e esta atitude nos conduz a um poder mais elevado. NÃO ESQUEÇA! A religião quando boa ajuda a aumentar a devoção, no entanto não cria piedade em um coração morto. É mister dizer que somente falar não implica em fazer. Vamos então deixar de falar e direcionar nossa atenção para o fazer. Fique em Paz!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PALAVRAS NÃO VOLTAM ATRÁS

“É isto o que acontece com a língua: Mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama!” Tiago 3:5 Conta-se a história de certo rei do oriente, que resolveu comissionar um dos seus súditos para sair pelo mundo em busca da melhor e da pior comida que existisse a fim de que ele pudesse experimentá-las. Tendo recebido sua missão o súdito se foi. Passados muitos meses, retornou a presença do rei e junto dele trouxe dois pratos cobertos por tampas. Num prato estava a melhor comida do mundo e na outra a pior. O súdito narrou ao rei todos os lugares por onde havia passado bem como todo o esforço que havia empreendido para conseguir realizar seu feito. Curioso, mandou que o súdito falasse um pouco sobre cada um dos alimentos. Levantadas às tampas, uma grande surpresa. Tratava-se do mesmo alimento. Em cada prato havia uma língua. Então o súdito disse: a língua é a melhor comida, pois ela abençoa aos homens, e, por meio dela prestam-se homenagens e elogia-se o próximo. No entanto, ela pode ser a pior comida, pois é por meio dela que homens podem ter suas vidas destruídas e a sua reputação assolada. Esta história nos ensina que este aparentemente insignificante órgão é detentor de uma potencialidade enorme. Assim é bom sabermos que as palavras depois de ditas não voltam atrás, tal como o dia de ontem que se foi. Como então temos usado a lingua? Para o bem ou para o mal? Quais foram as suas palavras à pessoa que está perto de você. Que palavras você já disse hoje. Palavras que edificam ou palavras que destroem. O texto de São Tiago termina fazendo uma pergunta e certamente esta deve ser a pergunta que devemos nos fazer todos os dias: “Pode a mesma fonte jorrar água doce e água amarga? ...pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uva dar figos? Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce” vs.11. Nossas vidas também são construídas sobre aquilo que dizemos, sobre aquilo que conversamos. O que você tem falado é ruim? É bom? Responda a si mesmo e reflita.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Reflexão da CNBB - 20/01/2012. MUITO BOM!!!

O evangelho de hoje é uma continuação dos evangelhos anteriores e nos mostra que, se por um lado, as autoridades religiosas da época de Jesus não concordavam com o seu modo de agir e com os seus ensinamentos, por outro lado, a multidão cada vez mais aderia aos seus ensinamentos e procurava em Jesus a solução para os seus problemas, naturais ou espirituais. A visão institucionalizada da fé é importante porque nos ajuda a viver comunitariamente o nosso relacionamento com Deus, mas pode ser perigosa enquanto pode submeter o próprio Deus aos critérios da razão humana ou legitimar, em nome de Deus, relacionamentos e costumes meramente humanos que podem até ser opressores e excludentes.

RENOVAÇÃO...

  “...transformai-vos pela renovação da vossa mente ...”. Rom 12.1-2   Cada situação nova que vivemos em nossa vida é a oportunidade que t...