A vida cristã é um exercício
diário. Exercitamos a fé, que é um dom de Deus, a fim de que sempre sejamos
achados sobre os cuidados do Pai. Se, portanto esta vida cristã é um exercício
precisamos treiná-la a fim de que não percamos a destreza dos atos e gestos que
são comuns e peculiares àqueles que desfrutam desta nova vida em Cristo.
João Calvino certa feita afirmou
que “em vão se tentam novas modalidades de obras para ganhar-se o favor de
Deus, Cujo culto genuíno consta só de obediência”. A origem do pecado no
coração do homem e da mulher sucedeu da desobediência. Hoje em dia a
desobediência ainda continua a ser o maior obstáculo da vida cristã, visto que
é o motivo pelo qual as pessoas ainda mais sofrem em seus equívocos espirituais
e morais.
Como tentativa de minimizar os
pertinazes e funestos resultados do pecado e do afastamento de Deus, muitos têm
criado falsos mecanismos espirituais acreditando que estes podem, de alguma
forma, intervir em favor daquele que os realiza. Estes mecanismos espirituais
são os cultos centrados mais nas pessoas do que em Deus, romarias, campanhas de
oração (da vitória, dos empresários, da prosperidade, etc.), objetos e amuletos
que são tidos quase que supersticiosamente por muitos crentes que acreditam que
isto ou aquilo lhes possa trazer algum privilégio e poder.
Somado a isso, nosso País assiste
a uma onda crescente de novas religiões que tentam trazer elementos da cultura
judaica, onde é comum encontrar pessoas desfilando com arcas da aliança, falsos
pastores vestidos como sacerdotes e construção de templos suntuosíssimos,
quando tentam substituir a obediência à Palavra por preceitos humanos vazios e
sem amparo bíblico.
Quando o apóstolo Pedro orienta
seus leitores a “estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a
todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15), a
palavra “responder”, no original grego é apologia, que também pode significar
“defesa ou justificação”. Então, somos chamados a nos preparar para fazer uma
defesa segura de nossa fé. Esta defesa segura é cada vez mais necessária e
indispensável nos dias que seguem (2015), e ela só pode acontecer na medida em
que buscamos com diligencia um conhecimento profundo das Escrituras, e não
apenas parcial.
Precisamos na época presente,
mais do que nunca, de crentes bereanos como os de Atos 17. Os crentes de Beréia
eram atentos à pregação e à Palavra, e possuíam ouvidos exigentes, por isso,
procuravam ler as Escrituras para ver de fato se aquilo que estava sendo dito
era biblicamente certo. Do mesmo modo, viver em Cristo constitui viver em
obediência e obediência em ação. Não é apenas se dizer obediente, mas agir como
tal. Não é apenas ser um cristão nominal nem tampouco mediano, que está
contente com sua fé e acredita que o máximo que Deus pode realizar é aquilo que
ele tem experimentado de Deus em sua vida.
Ao mesmo tempo é imperativo que
permaneçamos cautelosos e com os olhos e ouvidos sempre dispostos para
apresentar ao mundo a razão da esperança que existe em nós exercitando a cada
dia, nossa obediência a Deus em plena e absoluta ação.
Portanto, mãos à obra!
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