quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

AS DORES DA TERRA. Por Matheus Santiago

Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” Romanos 8:22

Antoine de Saint-Exupéry, certa feita afirmou que “A terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste”. No atual momento que vivemos no estado de Santa Catarina não poderíamos pensar diferente, nem tampouco discordar desta citação.

As cenas têm acompanhado nossas mentes a toda hora. Por onde passamos nossos olhos e ouvidos vêem e ouvem nos jornais, na TV e na internet ou mesmo ao vivo, os flashes daquela que certamente tem sido a maior catástrofe da história de Santa Catarina.

As mensagens de solidariedade e consolo vêm de vários lugares do Brasil e do mundo. Desconhecidos (as) mostram-se cada vez mais voluntários e pessoas de todas as partes se mobilizam no sentido de minimizar as dores da perda, da separação e da ausência.

Não tenho dúvidas, tudo isso vai passar, já foi dito isso por certo pregador há mais ou menos 600 anos AC, quando disse: “O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol”, portanto, creiamos, tudo irá passar.

Enquanto escrevo estas linhas, observo pela janela um misto de chuva impertinente que não deseja ir-se embora, com a tentativa desesperada de um sol esmaecido que deseja ficar apontando uma nova estação.

A terra sempre sofreu por conta da ação desesperada e continuada do homem. Desmatamentos, construções irregulares, descaso político na falta de saneamento básico podem ser citados como alguns dos menores fatores que catalisaram toda a tragédia a que temos assistido.

O pior de tudo é que o homem continua a fazer como diz o velho e conhecido adágio “Enxerga, mas não quer ver”. Prefere sublimar as catástrofes como esta, sem refleti-las, e não aprende com os seus próprios erros.

Como falou Saint-Exupéry, a “terra nos resiste”. Diria eu ainda “resiste bravamente”, pois há muito tempo ela tem apontado os sinais de saturação e de dores, mas a cegueira humana tem feito com que ela seja esquecida.

O texto bíblico escrito pelo Apóstolo Paulo, fala que a terra sente agora dores de parto. Não poderia eu falar destas dores porque jamais as senti nem tampouco um dia as sentirei, mas quem já as vivenciou sabe do todo o incômodo e sofrimento causado por elas.

Segundo as parturientes, as dores sentidas são as piores que existem, mas depois de passadas são esquecidas e não mais lembradas.

As dores da terra e seus habitantes, nos últimos dias, são o reflexo daquilo que o homem tem feito pelo mundo em que vive. Este homem ao invés de aprender com os seus erros e preservar e cuidar da terra onde vive ele a tem oprimido, usurpado seus bens e tomado seus espaços.

Todos nós devemos apoio àqueles que sofrem com esta tragédia, mas enquanto as mãos estiverem ocupadas no auxilio dos que necessitam, nossas mentes devem ocupar-se em refletir sobre tudo isto e sobre aonde deseja o homem chegar.

Aja! Mas não se esqueça: Reflita!

Fique em Paz!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

PONTO DE VISTA. Por Matheus Santiago

Publicado no JBFoco em 06-11-2008

Conta-se a história de certo homem, dono de um pequeno sítio, amigo do escritor e poeta Olavo Bilac, que o abordou na rua dizendo:

Sr. Bilac preciso vender o meu sítio que o Senhor bem conhece. Pode redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac apanhou papel e caneta, e escreveu:

Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros ao amanhecer; com extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes na varanda.

Tempos depois o poeta encontra o amigo e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

Nem penso mais nisso - disse o homem.

Quando li o anúncio e percebi a maravilha que tinha, desisti imediatamente de vender aquele paraíso!

Esta história ilustra bem a realidade da vida de algumas pessoas. Insatisfeitas com o que tem e são, correm atrás do vento à procura de coisas novas a cada instante.

Com muita facilidade se desfazem de valores pessoais, bens morais e familiares que são incalculáveis. Deixam de aquilatar as pequenas coisas da vida para dar mais importância apenas àquilo que “aparentemente” possui maior valor.

 No evangelho de Mateus 6:28b-29 Jesus ensina: “Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles”. Por meio deste emblemático exemplo Jesus deixou claro que nem toda a riqueza e suntuosidade da vida de um rei podem ser comparadas à bela singeleza de um lírio do campo.

Dependendo do lado em que se está, e do modo como se vê determinada situação, uma realidade pode ser boa ou ruim. É importante que, antes que você se desfaça de um “bem” tão precioso como o sítio daquele amigo de Bilac, que você avalie seu ponto de vista.

Procure, insista, reflita sobre a forma como você vê as coisas que lhe cercam e certamente muito mais valor você encontrará. Nos dias de hoje casamentos são desfeitos, relacionamentos rompidos, tudo em decorrência da falta um novo ponto de vista, uma nova maneira de se ver as realidades que cercam a vida.

O verdadeiro valor das coisas que se tem é dado por você mesmo. O que normalmente ocorre é que uma pessoa dá mais valor àquilo que tem quando os outros dizem que o que você possui tem valor.

Um grande exemplo sobre ponto de vista está na vida do pintor holandês Vicent Van Gogh (1853-1890).

Van Gogh, enquanto viveu não acertou em nada. Teve uma vida marcada por inúmeros fracassos. Era um homem frustrado e não recebeu nem uma honra sequer durante toda a sua existência. Viveu internado por muito tempo em um hospício, pois mal conseguia adaptar-se a vida regular de um homem da sua época. Aos 37 anos, acometido de uma doença mental, suicidou-se.

Hoje, seus quadros não custam menos de 43 Milhões de Euros. Então surge a pergunta: onde está realmente o valor do que se faz ou se possui? Pense bem, reflita e agradeça a Deus todos os dias pelo que você possuiu e pelo que você é.

Se você não consegue fazer isso, peça a Deus que lhe ajude a mudar seu ponto de vista. Certamente seus olhos se abrirão para ver toda beleza que lhe cerca. Fazendo isso, sua vida vai mudar.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

TEIAS DE ARANHA. Por Matheus Santiago.

Publicado no Jornal Biguaçu em Foco em 22-05-2008
"[Eles] tecem teias de aranha" (Isaías 59:5) Charles Handdon Spurgeon, grande pregador do século XVIII, utilizou o relato bíblico de Isaias 59:5, para falar da religião hipócrita e de como ela pode se tornar uma teia da aranha. Para Spurgeon a religião hipócrita é aquela que amofina os seus seguidores, fazendo com que o seu propósito seja apenas um: apanhar mais uma vítima. Desde os primórdios da civilização vê-se que a hipocrisia lança suas teias por todas as esferas da sociedade, na religião, na política, na família, na justiça. Hipocrisia é o mesmo que falsidade, dissimulação. Hipócrita é aquele que não age segundo a maneira que acredita. Tal como uma teia de aranha assim é a hipocrisia lançada de homens para homens. Ela faz com que petulantemente uma mentira se torne uma verdade convincente. Uma teia de aranha é uma maravilha da natureza. Ela é muito bem preparada, aparentemente muito resistente. Seu propósito é apenas um: capturar alimento. Toda a teia de aranha é constituída no interior da própria aranha. Pode-se daí, traçar uma paralelo, pois a hipocrisia seja religiosa, política, familiar ou qualquer outra, nasce do próprio homem que a utiliza para tecer redes de mentira e aparência. Todo o hipócrita cria e defende idéias dele para ele mesmo. Lavra os fundamentos de casas que não lhes servirão para morada, mas sim para convidar outros a nela morarem e serem por elas destruídas. No livro de Eclesiastes 8:11, encontramos o motivo pelo qual a hipocrisia está cada vez mais difundida na sociedade: “Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal”. Esta é a convicção de todo o hipócrita, convicção de que por mais que ele minta, engane, seja dissimulado, ele não será pego. Não obstante, é bom lembrar que uma teia não é tão resistente quanto parece, uma vez que não é capaz de resistir à intervenção das vassouras ou de qualquer outro objeto que a destrua. A aparente segurança e resistência de uma teia podem ser transformadas em uma armadilha impossível de ser desmontada. É preciso dar um basta na hipocrisia. É preciso lutar contra ela, ainda que pareça oportuna e salutar. É preciso incentivar as crianças, jovens e adultos, a serem transparentes, verdadeiros, íntegros. É preciso defender o fato de que ser verdadeiro, honesto, íntegro, não devem ser virtudes raras, vividas apenas por alguns poucos, ao contrário, devem ser realidades existentes e defendidas por todos. Fique em Paz!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O VERDADEIRO VOTO. Por Matheus Santiago

Publicado no Jornal Biguaçu em Foco em 11/09/2008
Há que se admirar. Nesta época de eleição palavras como ética, compromisso, respeito, honra, caráter, decência são usadas pelos pleiteantes aos cargos de prefeito e vereador com uma fartura inigualável. A cada eleição que passa no interior do povo brasileiro divide-se a expectativa que, de alguma forma ocorrerão mudanças na cidade onde se vive. Ao mesmo tempo, uma dúvida atroz persiste em questionar se verdadeiramente tais mudanças ocorrerão. Um antigo orador, certa feita afirmou: "O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol", portanto, se porventura alguém espera uma absoluta mudança à partir dos belos discursos, pode se decepcionar grandemente. Se fosse pelas alocuções proferidas, todos deveriam ser eleitos. Ou melhor, já que nos discursos encontramos tanta probidade, todos os pleiteadores deveriam ter a chance de governar! Dividir-se-ia o tempo de mandato pelo número de candidatos, permitindo assim, que cada um deles ficasse um tempo determinado investido do cargo, para que então fizesse o que de bom propõe. Certamente seria esta uma grande prova, porque aí sim os discursos poderiam ser postos no lume da avaliação. Na antiguidade, os gregos criam que politiqué (política) eram todas as realizações pertinentes a uma polis (cidade). Se esta definição for aplicada à política que assistimos em toda a Nação, notaremos que na verdade ela é a imagem real das relações existentes no meio da sociedade. Se existe notícias de corrupção e fraude na política, é porque existem muitos eleitores que se corrompem vendendo seu voto por benefícios e privilégios pessoais. Muito se fala no que a maioria dos políticos faz ou deixa de fazer. A população culpa-os por erros praticados, e o discurso que se ouve nas rodas é sempre o mesmo: “o Brasil não vai para frente por causa deles”. Na verdade, os grandes recebedores de críticas deveriam ser os eleitores que, por meio do mau uso do seu voto, possibilitam o acesso de tais pessoas ao poder. A mudança? Ah esta almejada mudança! Certamente virá no momento em que os eleitores tiverem a consciência de que a transformação não ocorre de quatro em quatro anos quando os administradores mudam, mas ocorrerá sim, quando a impassibilidade da população acabar, quando os cidadãos não se considerarem apenas mais um voto, mas considerarem como O VOTO que muda e que faz a diferença. O cidadão deve manifestar seu voto não apenas pelo número digitado, mas pela consciência e cumprimento de seu papel político, envolvendo-se nas questões da sua cidade, do seu bairro, da sua rua. Nossos dedos não apontam apenas para aquilo que esperamos receber no futuro, mas também para aquilo que somos no íntimo, como cidadãos. Se honra, honra. Se caráter, caráter. Se honestidade, honestidade. O voto do povo é, e continuará sendo o reflexo daquilo que está no coração e na mente de cada um. Por isso, nas próximas eleições, pense bem. Muito mais que votar, é preciso ser o próprio VOTO.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Carta Aberta do Movimento Indígena contra o infanticídio. Por Edson Bakairi.

Carta Aberta do Movimento Indígena contra o infanticídio.
Ao Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à Primeira Dama D. Marisa e à Nação Brasileira. Nós, indígenas do Mato Grosso e do Brasil, pedimos a sua atenção para os casos de infanticídio, que ocorrem impunemente nas aldeias indígenas do Brasil.O infanticídio, não é um fato novo, infelizmente sempre esteve presente na história das culturas indígenas. Entretanto, tem ganhado a visibilidade na mídia com a divulgação da história da menina Hakani, da etnia Suruwahá, a qual sobreviveu ao infanticídio após o suicídio de seus pais e irmãos. Estamos vivendo um momento de profunda mudança em nossa cultura e estilo de viver, por que vivemos hoje um novo tempo. A realidade dentro das comunidades indígenas é outra. Já não vivemos confinados em nossas aldeias, condenados ao esquecimento e à ignorância. O mundo está dentro das aldeias, através dos meios de comunicação, internet e da escola, o acesso à informação têm colocado o indígena em sintonia com os acontecimentos globais.Tudo isso tem alterado nossa visão de mundo. Hoje já não somos meros objetos de estudos, mas sujeitos, protagonistas de nossa própria história, adquirindo novos saberes e conhecimentos que valorizam a vida e a nossa cultura.Somos índios, somos cidadãos brasileiros! Vivendo na cidade ou na aldeia, não abandonamos as riquezas de nossas culturas, mas julgamos que somos plenamente capazes de distinguir entre o que é bom e o que é danoso à vida e a cultura indígena. Desde já, assumimos as responsabilidades de nosso destino e de fazer escolhas que contribuam para o nosso crescimento. Nos recusamos ativamente a ser meros fantoches nas mãos de organizações científicas e de estudos. Chega de sermos manipulados pelas Organizações Governamentais e não-Governamentais!Portanto manifestamos nosso repúdio à prática do infanticídio e a maneira irresponsável e desumana com que essa questão vem sendo tratada pelos Órgãos Governamentais. Não aceitamos os argumentos antropológicos baseados no relativismo cultural. De acordo com a nossa própria Constituição Brasileira de 1988, que em seu artigo 227, determina:"É dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."É em nome deste preceito constitucional que nos dirigimos suplicando à nação brasileira, em especial ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva e à Primeira Dama D. Marisa assim como aos Congressistas e Governantes Estaduais e Municipais manifestando a nossa indignação com a falta de respeito à vida, em especial as vidas das crianças vítimas do infanticídio.O recente caso da menina Isabela (Nardoni ) alcançou tal repercussão na mídia, que de imediato nós vivenciamos a dor e a angústia de sua família: parecia que Isabela era alguém da nossa própria família. Toda a nação brasileira se comoveu e se encheu de indignação com tamanha violência, acompanhando e exigindo justiça a partir de então. Quanto à punição dos suspeitos, a Justiça tem feito seu papel, e a sociedade está em alerta contra a violência infantil. Mas nós perguntamos será que a vida da Isabela tem mais valor do que aquelas crianças indígenas que são cruelmente enterradas vivas, abandonadas na mata, enforcadas por causa de falsos temores e falta de informações dos pais e da comunidade? NÃO!Não aceitamos o infanticídio como prática cultural justificável, não concordamos com a opinião equivocada de antropólogos que têm a pretensão de justificar estes atos e assim decidir pelos povos indígenas colocando em risco o futuro de etnias inteiras. O direito a vida é um direito fundamental de qualquer ser humano na face da terra, independentemente de sua etnia ou cultura.Ao Excelentíssimo Senhor Presidente, a Primeira Dama D. Marisa, Senhores Congressistas, Governantes Estaduais e Municipais e a cada cidadão brasileiro: os direitos humanos estão sendo violados no Brasil!! Milhares de crianças já foram enterradas, enforcadas ou afogadas e quantas mais deixaremos passar por tal crueldade?Nosso movimento espera que a Lei Maior de nosso país seja respeitada, isto é, independentemente de etnia, cor, cultura e raça, todas as crianças gozem do direito à vida.Nesse sentido:- Pedimos que a Lei Muwaji seja aprovada e regulamentada;- Pedimos ao Excelentíssimo Senhor Presidente Luís Inácio Lula da Silva e a sua esposa que pessoalmente interfiram nesse processo;- Pedimos que os Órgãos competentes não mais se omitam em prestar socorro às mães e as crianças em risco de sofrer infanticídio.Nós, abaixo assinados, concordamos com os termos da carta aberta e juntos com os seus autores, pedimos aos governantes do País em todas as instâncias, providências ao combate e a erradicação do infanticídio, para que assim o sangue inocente não seja mais derramado em solo indígena, em solo brasileiro.Mato Grosso, Junho de 2008Movimento contra o infanticídio indígena.
Edson Bakairi é líder indígena em Mato grosso, professor licenciado em História com especialização em Antropologia pela UNEMAT, presidente da OPRIMT (Organização dos professores Indígenas de MT) por 3 anos e é sobrevivente de tentativa de infanticídio - abandonado para morrer na mata, foi resgatado e preservado com vida por suas irmãs.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

DEUS OUVE A MINHA PRECE? Por Matheus Santiago

Publicado no jornal Biguaçu em Foco.
Muitos se perguntam: Será que Deus ouve as nossas preces? Esta dúvida ocupa o coração de muitas pessoas que crêem que suas orações não são ouvidas por Deus. Não conseguem crer efetivamente que Deus tem poder para ouvir as nossas preces e respondê-las. A oração não é apenas um mero discurso, nem tampouco algum tipo de repetição que se pratica com o propósito de se fazer penitência ou mesmo de se alcançar uma graça. Uma oração deve brotar do mais íntimo dos nossos corações. Seu surgimento se dá pelo desejo em compartilhar com Ele o que sentimos, e isto ocorre muitas vezes sem palavras. A Bíblia nos orienta a este respeito quando afirma em 1ª Samuel 16:7 “... porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração”. Mais vale um coração humilde na presença de Deus, do que a altivez de espírito e o orgulho do coração. Deus preocupa-se mais com as nossas sinceras intenções em relação à Sua pessoa e à intimidade que devemos ter com Ele, do que qualquer palavra ou mera repetição proferida. Vale ressaltar que muitos não recebem o que pedem porque não o fazem com sinceridade de coração. Existem orações que visam confirmar aquilo que o coração almeja ou só tem o objetivo de aumentar os prazeres da vida. Em Tiago 4:3 lê-se: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”. Na expressão “pedis mal”, Tiago fala daqueles que oram apenas para pedir, sendo que muitas vezes nem sabem o que estão fazendo e se recebem, não sabem administrar aquilo que Deus dá. No livro das Crônicas, no Antigo Testamento, lê-se a respeito da vida de Jabez. Jabez foi um homem que orou ao Senhor com fé, e a sua oração foi respondida. O testemunho que se lê a respeito dele é que: “Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido” 1 Cr 4:10. O reformador João Calvino afirmou certa feita que “a condição para obtermos uma resposta de Deus é que a nossa concorde com os mandamentos de Dele. A oração não é um recurso conveniente para impormos a nossa vontade a Deus, ou para dobrar a Sua vontade a nossa, mas, sim, o meio prescrito de subordinar a nossa vontade à de Deus”. Desta forma é importante lembrar o que nos diz, o texto de 1ª João 5.14 “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito”. Ao orar, manifeste diante de Deus sinceridade e humildade de coração. Não se ocupe com meras palavras, nem se detenha nos discursos, pois para Deus mais vale um coração prostrado e reverente, do que belíssimas palavras oriundas de um coração frio e insensível. Fique em Paz!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

UMA TORRE PARA MORAR? Por Matheus Santiago.

Publicado no JBfoco de 10-10-2008 UMA TORRE PARA MORAR? “Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece”. Provérbios 24:3 Conta-se a história de que certo homem chamado Simão o velho vivia em uma torre em pleno deserto. Simão era um monge que viveu por volta do ano 390 d.C. Simão, não satisfeito com tudo de mal que existia no mundo, saiu pelo deserto e aí ergueu um pilar de uns três metros, sobre o qual edificou uma plataforma de um metro a qual chamou de seu lar. Descontente, aumentou o pilar até que atingiu a altura de 18 metros, e ai permaneceu até o fim da sua vida, pois acreditava que esta era uma excelente maneira de fugir dos problemas sem ter que resolvê-los. A atitude de Simão atraiu muitos seguidores, que inspirados no seu mau exemplo, tentaram fugir dos dissabores do mundo em busca de paz e sossego. Tentaram, mas será que conseguiram? Será que fugir dos problemas escondendo-se em uma torre de pedra os deixaria, de fato, distantes deles? Sabe-se que não, muito embora uma parcela expressiva da sociedade busque afastar-se dos problemas escondendo-se em suas torres de orgulho, rancor, inveja, intolerância, hipocrisia. Isso pode acontecer nas mais variadas circunstâncias: na família, no trabalho, na igreja, e isso se dá, quando alguém não tolera os que estão a sua volta, passando a edificar e a esconder-se em sua própria torre. Torres como as de Simão existem aos milhares, no entanto, é preciso acabar com elas por um simples motivo: não se resolve problemas fugindo deles. Ao invés de edificar torres para nelas se esconder, busque edificar a sua vida com sabedoria e inteligência. Fugir dos problemas não o impede de ter outros. É bem provável que ao fugir de algum problema, você tenha muito mais trabalho depois para resolvê-lo. Ainda que surjam situações, aparentemente, impossíveis de serem solucionadas, busque a Deus, pedindo a Ele paz e capacidade para resolvê-los. Problemas existem para serem solucionados com sabedoria e entendimento e não com covardia. Se for difícil para resolver, não se esconda, não construa torres, mas entregue o seu caminho ao SENHOR, confie Nele, e certamente o mais Ele fará (Salmos 37:5), transformando os possíveis problemas, em bênçãos para sua vida. Fique em Paz.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

SUICÍDIO É A 1ª CAUSA DE MORTE DE JOVENS CHINESES.

Um relatório divulgado pela Associação Chinesa para Saúde Mental diz que o suicídio é a principal causa de morte entre jovens do país. De acordo com o documento, pessoas com idades entre 15 e 34 anos têm probabilidade maior de morrer devido ao suicídio do que por qualquer outro motivo. A Associação Chinesa para Saúde Mental também alertou que a taxa de suicídio seria mais alta nas regiões rurais do país e que mais mulheres seriam afetadas pelo problema. Em média, ocorre um suicídio e oito tentativas a cada dois minutos no país, o que leva a 250 mil mortes por ano, segundo o portal de notícias estatal chinês China Daily. A maioria bebe pesticidas para acabar com a própria vida. "Cidadãos idosos estão cada vez mais frágeis, física e espiritualmente. Enquanto mais agricultores vão para as cidades, os idosos estão ficando mais isolados e se sentem menos seguros", afirmou Yang Fude, vice-presidente do Hospital Huilongguan, de Pequim, especializado em saúde mental, ao China Daily.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

INDIFERENÇA DUPLA. Por Matheus Santiago

(Publicado no Jornal Biguaçu em Foco - 27/02/2008)
Bernard Shaw, grande escritor irlandês, ganhador do premio Nobel, em 1925, foi o autor da célebre frase: “O maior pecado para com o próximo não é odiá-lo, mas ser-lhe indeferente; esta é a essência da desumanidade”. A célebre parábola do Bom Samaritano (Luc. 10:30-37) narrada por Cristo aos seus discípulos quando lhes instruía à respeito do amor que vencia as barreiras e diferenças, mostrou as conseqüências catastróficas que esta fria sensação, chamada indiferença, causou tanto na vida daquele homem que estava à margem do caminho, estirado ao chão e moribundo, como também daqueles que por ele passaram e não lhe estenderam a mão. Quando se fala de indiferença, trata-se dela sempre a partir da ótica do outro, dá-se sempre enfoque naquele que sofre a indiferença, mas quem sabe não seria oportuno analisar a indiferença não apenas a partir da ótica do que sofre, mas também, daquele que a pratica. Seria razoável pensar sobre a vida humana de um modo geral, sobre os motivos que levam uma pessoa a agir com indiferença e, mais particularmente, o quanto eu e você somos por vezes indiferentes conosco mesmos e com aqueles que estão próximos de nós. A indiferença dupla ocorre quando são praticadas ações que prejudicam a vida como um todo, tanto física como espiritual. As pessoas são indiferentes consigo mesmas quando tem consciência de que determinados hábitos e costumes são danosos a sua saúde, ao seu bem estar e, ainda assim não procuram deixá-los. Pessoas agem com indiferença, quando acreditam que as conseqüências de atos praticados, impensadamente, não atingem a si mesmas e as pessoas que estão ao seu redor. A meu ver a indiferença se personifica em muitos gestos. Existe um exemplo que pode ilustrar bem esta dúplice indiferença. Pode-se elucidar a indiferença dupla, com a história de um homem que conduz seu carro em uma viajem com a sua família numa rodovia movimentada e não duplicada. Este homem sente-se seguro em seu carro potente, apresentando extrema confiança em sua habilidade de conduzir o veículo naquela estrada que para ele é tão conhecida. Para este homem, nada pode dar errado e justamente por este motivo ele resolve, num momento em que tudo parece tranqüilo, ultrapassar um caminhão muito lento que vai a sua frente. Ele sabe que está com sua família no carro. Sabe que está próximo a uma série de curvas sinuosas e ainda assim, crê que tudo está tão seguro que nada poderá dar errado. Desta forma, segue seu intento ultrapassando o caminhão sem medir que o seu duplo gesto de indiferença poderia ceifar sua vida e de seus familiares. Este é o homem que sofre da indiferença dupla. A dupla indiferença não é praticada por pessoas desconhecidas e distantes de nós. Encontram-se todos os dias pessoas que agem sem pensar e erram sem perceber que se tivessem um pouco mais de amor e cuidado por si mesmos e por aqueles que o cercam, não sofreriam tanto. Pessoas que agem com indiferença dupla não notam que alguns segundos impensados podem ceifar ou transtornar toda uma existência. Por este motivo Jesus orientou-nos a que amássemos incondicionalmente ao nosso próximo, pois se não conseguimos amar aqueles que estão próximos de nós é porque não amarmos verdadeiramente a Deus e a nós mesmos. “Pois ninguém pode amar Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê”1ª João 20:4b. Fique em Paz. Rev. Matheus Felipe Santiago
rev_matheus@yahoo.com.br

A Formosura

"Que coisa é a formosura, senão uma caveira bem vestida, a que a menor enfermidade tira a cor, é, antes da morte a despir de todo, os anos lhe vão mortificando, a graça daquela exterior e aparente superfície, de tal sorte que, se os olhos pudessem penetrar o interior dela, o não poderiam ver sem horror?" Antônio Vieira

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O BARULHO DO ALCOOL. Por Matheus Santiago

(Publicado no Jornal Biguaçu em Foco - 17-07-2008) “Quem bebe demais fica barulhento e caçoa dos outros; o escravo da bebida nunca será sábio.” Provérbios 20:1. A lei seca, sancionada pelo Presidente da República no dia 19 de junho, passou a considerar crime o ato de conduzir veículos com qualquer quantidade de álcool no organismo. Ao que parece, esta lei veio em tempo oportuno, mas também um pouco tarde, vez que centenas de milhares de pessoas já sucumbiram vitimadas pelo uso excessivo do álcool. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2005 no Brasil, 35 mil pessoas morreram vítimas da associação álcool e carro. Destas 35 mil pessoas, 81,5% são do sexo masculino e 18,5% do sexo feminino, sendo que metade das vítimas fatais era jovem. Os benéficos efeitos da lei seca já começam a ser testemunhados por todos. Segundo o jornal A Tarde (on line) da Bahia, o número de atendimentos em emergências de Salvador reduziu 62% com a nova lei. Desde os primórdios da civilização, a bebida mais comumente usada era o vinho e como tal era consumida em ocasiões de grandes festividades. Na Bíblia é registrado seu uso associado a um estado de alegria. No entanto, são encontradas inúmeras referências de que seu uso excessivo promove contendas, insensatez, intranqüilidade. Parece que essa realidade não mudou muito no decurso dos séculos. Ainda hoje as bebidas alcoólicas estão vinculadas a estados de alegria, mas seu uso inconseqüente e irresponsável tem sido a causa de grandes tragédias, não apenas no trânsito, mas em muitos lares do País e também da nossa cidade. Centenas de bares servem de escolas preparatórias para jovens que desejam viver vidas vazias com um futuro incerto, aprendendo que a melhor forma de se ser feliz ou de fugir de problemas, é dar apenas mais uns goles. Enquanto deixam seus lares, centenas de pessoas reúnem-se ao redor de garrafas e copos com o propósito de fugir de problemas e responsabilidades domésticas, acreditando que não há mal algum se reunirem apenas com o propósito de beber. A Bíblia nos ensina que o excesso de álcool promove muito barulho e que quem se torna escravo dele nunca agirá com sabedoria. Verdadeiramente a nação brasileira não apenas sabe onde residem seus problemas, como também conhece os caminhos a serem trilhados para extinguí-los. Faço minhas as palavras de Gilberto Dimenstein quando afirmou que a redução das mortes no trânsito são “vitórias contra a barbárie”. Fique em Paz!

O SEGREDO DO SUCESSO. Por Matheus Santiago

(Publicado no Jornal Biguaçu em Foco - 28-08-2008) Muito se tem falado na atualidade sobre os segredos para se alcançar o sucesso. Para a sociedade em geral, o sucesso deve ser experimentado em todas as áreas da vida e em qualquer coisa que se faça. Seja sempre o melhor – dizem - Destaque-se e mostre que a sua qualidade é superior a dos outros. Para a grande maioria das pessoas o sucesso é a justificativa para quase todas as coisas. As revistas de maior circulação nacional trazem estampadas em suas capas, “exemplos” de homens e mulheres que foram mais além, superando muitos limites não alcançados por outros. A revista Exame, de 12 de Julho de 2007, publicou uma pesquisa em que se verificou que no Brasil surgem 19 novos milionários por dia, e afirmou que “nunca o país viu surgir tantas fortunas em tão pouco tempo”. Apontou ainda, que o número de brasileiros com mais de um milhão de dólares cresceu 30% em quatro anos. Mas, um dado como esse seria um sonho a seguir? Um alvo a alcançar? Um objetivo de vida? É verdade que não existe erro no trabalhador que se afadiga e recebe como fruto do seu empenho a recompensa de obter prosperidade material. Nem todo o sucesso procede do mal, portanto alcançá-lo obtendo reconhecimento de forma honrada e incorrupta é algo lícito. No entanto, fazer disso um parâmetro para tudo, torna-se um perigoso critério. O teólogo Dietrich Bonhoeffer afirmou certa feita que “Onde a figura de alguém bem sucedido se evidenciar de forma particularmente marcante, a maioria sucumbe à idolatria do sucesso”, e como é verdadeira esta frase! Basta olhar para a maioria dos jovens da atualidade que vemos que eles decidem sobre o seu futuro profissional, baseados grandemente nas possibilidades de sucesso que esta ou aquela atividade lhes trará. Saiba de uma coisa, quando conhecemos verdadeiramente a Cristo, passamos a ver que a essência de toda a vida está acima de qualquer valor físico e humano. O evangelho de Cristo não exclui a felicidade no campo físico, mas ressalta constantemente que não há valor nenhum para os homens em obter sucesso, prestígio, bens e valores, e, no findar de tudo, perder sua alma (Marcos 8:36). Pense nisso e reavalie seus valores! Fique em Paz.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

QUANTO VALE A VIDA? Por Matheus Santiago

Publicado no Jornal Biguaçu em Foco - 14/02/2008 - www.jbfoco.com.br “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida”. Evangelho de Marcos cap. 8 vs.36 QUANTO VALE A SUA VIDA? Certamente você dirá: Ela não tem preço. Não há nada neste mundo que se compare ao valor da minha vida. Um homem que vive em paz consigo, com sua consciência e com aqueles que estão a sua volta é muito mais feliz do que alguém que possua muitos bens e todas as coisas na vida, mas não possui paz no seu coração. Vivemos dias difíceis, em que a incredulidade e conseqüente falta de fé são provas reais de que a humanidade dá mais valor e atenção ao que é material e extinguível do que àquilo que quando se ganha jamais se perde: a paz e o amor de Deus no coração. Homens e mulheres dos nossos dias correm muito. As pessoas andam para todos os lados sem muitas vezes saber atrás de que estão correndo, fazendo de suas vidas verdadeiras rodas vivas que giram sem parar sem sair do lugar. Isto acontece quando as pessoas deixam de entender o verdadeiro propósito de suas vidas e quando deixam de entender que subsistem não em si mesmas, mas em Deus, que é o doador das nossas vidas. Conta-se a história de um homem que certa vez saiu para pescar e depois de muitos dias no mar sem ter alcançado nenhum resultado, resolveu avançar mar adentro, com o propósito de conseguir pescar algum peixe. Depois de muito tentar, conseguiu. Trouxe um grande peixe amarrado pelo lado de fora do barco até terra firme. Quando chegou a terra, descobriu que o seu peixe havia sido devorado por um tubarão, ficando apenas sua grande espinha. Muitas pessoas vivem a realidade dessa história. Se esforçam em alcançar objetivos e metas, trabalham por atingir os seus alvos, e quando julgam ter alcançado êxito no trabalho que empreenderam, vêem suas forças esvaídas e o fruto da oportunidade, que parecia tão seguro, logo desaparece deixando apenas a dor e a frustração de não terem obtido o que haviam planejado. Todos aqueles que põem as suas forças em Deus não serão jamais abalados. No Livro dos Salmos cap. 55 vs. 22, lemos: “Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado”. Somos especiais para Deus. Ele nos ama profundamente e não nos abandona jamais. Portanto, não nos esqueçamos de que na nossa vida, viver bem e feliz é sinônimo de vivermos para Deus e confiarmos Nele. Deus o abençoe! Rev. Matheus Felipe Santiagorev_matheus@yahoo.com.br

RENOVAÇÃO...

  “...transformai-vos pela renovação da vossa mente ...”. Rom 12.1-2   Cada situação nova que vivemos em nossa vida é a oportunidade que t...