Nesta última semana assistimos
inúmeras manifestações País a fora por mudanças na sociedade. Das grandes
capitais às pequenas cidades do interior, tem-se visto uma grande mobilização
popular que clama por mudanças na economia, política, saúde, educação entre
tantos outros clamores. Há muita verdade em toda esta mobilização, mas também
mentira, afinal não são apenas os bons que caminham pelas ruas e que desejam
transformações, mas arruaceiros oportunistas veem neste tipo de movimento
oportunidade de transtornar e criar o caos.
Tenho dito para alguns
próximos de mim que mudança exterior principia com mudança interior. Nada
adiantam os alardes, placas, faixas e grandes marchas se aqueles que estão às
ruas não mudam primeiramente em suas vidas. “É óbvio que todos precisamos de
mudança”, alguém dirá, mas enquanto não buscarmos a mudança na origem, o fim
não terá propósito e terá sido apenas um movimento em vão.
Admira-me o fato de que muitos
destes que vão as ruas questionar os exorbitantes gastos que o nosso País tem
empreendido com os megaeventos esportivos, sejam aqueles que aplaudem a seleção
brasileira, que saem mais cedo do trabalho em dias de jogos, que mudam as
rotinas das suas vidas em prol dos festejos de times de futebol em todo o
Brasil.
Só há Copa no Brasil,
porque existem os expectadores. É a dinâmica antiga do “Pão e Circo”. A
política do “panem et circenses” ficou conhecida como o modo pelo qual
os líderes romanos lidavam com o povo para mantê-lo devotado à ordem
estabelecida e conquistando seu apoio. Não sou contra o futebol, longe de mim
isso, mas no Brasil a regra do Pão e Circo não tem sido diferente e o futebol,
há muito, se tornou o alimento da Patuleia
Ignara (O povo que ignora os fatos). Enquanto isso o País sofre
vilipendiado pela usurpação dos seus líderes e pela indiferença de um povo que
parece que agora quer se despertar.
Será que há tempo? O que
se pode dizer... A grande verdade é que o problema não está no arbusto, mas sim
no raizeiro que se esconde por debaixo da terra, afinal desde a antiguidade a
Bíblia nos fala que a corrupção e o erro têm se estendido e de modo virulento
atingindo toda a terra.
A Bíblia nos informa
através do profeta Oseias, que exerceu sua atividade profética entre os anos
750 e 730 a.C, que já naquele tempo: “... o
Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade,
nem amor, nem conhecimento de Deus. O que só prevalece é perjurar, mentir,
matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios.
Por isso, a terra está de luto, e todo o que mora nela desfalece, com os
animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem” (4:1-3).
Tanto o povo quanto os
sacerdotes no tempo de Oseias estavam corrompidos e perdidos em seus próprios
caminhos pelos erros replicados tanto de um lado como de outro. A humanidade
não consegue mudar a humanidade. Podem-se mudar coisas pontuais e por tempo
provisório, mas depois tudo se repetirá. O que aconteceu antes, vai acontecer
outra vez. O que foi feito antes, será feito novamente. Não há nada de novo
neste mundo. Será que existe alguma coisa de que se possa dizer: “Veja! Isto
nunca aconteceu no mundo”? Não! Tudo já aconteceu antes, bem antes de nós
nascermos (Ec 1:9-11).
Será que a nossa postura
diante destes fatos deve ser de passividade? Claro que não! Nós temos a responsabilidade de orar pela
nossa cidade, pelo nosso País e por aqueles que nos governam, conforme nos
orienta a Bíblia. No entanto, não podemos nos calar e a melhor forma de se
mudar uma sociedade é iniciando a transformação de dentro para fora, quer dizer, uma
mudança interior que se inicie em nós mesmos e naqueles que estão ao nosso
redor. A verdadeira mudança é aquela que parte de dentro para fora. Somente uma
nação que conhece ao Senhor pode ser realmente feliz! Salmos 33:12.
Por fim, se por alguma
razão eu for às ruas farei um cartaz onde esteja meu brado retumbante: QUE A
MUDANÇA COMECE EM MIM... QUE A MUDANÇA COMECE EM VOCÊ! Fique em Paz!
Matheus Felipe Santiago
Publicado no Boletim nº366, ano VIII da IPBiguaçu em 23/06/2013.