segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O VERDADEIRO VOTO. Por Matheus Santiago

Publicado no Jornal Biguaçu em Foco em 11/09/2008
Há que se admirar. Nesta época de eleição palavras como ética, compromisso, respeito, honra, caráter, decência são usadas pelos pleiteantes aos cargos de prefeito e vereador com uma fartura inigualável. A cada eleição que passa no interior do povo brasileiro divide-se a expectativa que, de alguma forma ocorrerão mudanças na cidade onde se vive. Ao mesmo tempo, uma dúvida atroz persiste em questionar se verdadeiramente tais mudanças ocorrerão. Um antigo orador, certa feita afirmou: "O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol", portanto, se porventura alguém espera uma absoluta mudança à partir dos belos discursos, pode se decepcionar grandemente. Se fosse pelas alocuções proferidas, todos deveriam ser eleitos. Ou melhor, já que nos discursos encontramos tanta probidade, todos os pleiteadores deveriam ter a chance de governar! Dividir-se-ia o tempo de mandato pelo número de candidatos, permitindo assim, que cada um deles ficasse um tempo determinado investido do cargo, para que então fizesse o que de bom propõe. Certamente seria esta uma grande prova, porque aí sim os discursos poderiam ser postos no lume da avaliação. Na antiguidade, os gregos criam que politiqué (política) eram todas as realizações pertinentes a uma polis (cidade). Se esta definição for aplicada à política que assistimos em toda a Nação, notaremos que na verdade ela é a imagem real das relações existentes no meio da sociedade. Se existe notícias de corrupção e fraude na política, é porque existem muitos eleitores que se corrompem vendendo seu voto por benefícios e privilégios pessoais. Muito se fala no que a maioria dos políticos faz ou deixa de fazer. A população culpa-os por erros praticados, e o discurso que se ouve nas rodas é sempre o mesmo: “o Brasil não vai para frente por causa deles”. Na verdade, os grandes recebedores de críticas deveriam ser os eleitores que, por meio do mau uso do seu voto, possibilitam o acesso de tais pessoas ao poder. A mudança? Ah esta almejada mudança! Certamente virá no momento em que os eleitores tiverem a consciência de que a transformação não ocorre de quatro em quatro anos quando os administradores mudam, mas ocorrerá sim, quando a impassibilidade da população acabar, quando os cidadãos não se considerarem apenas mais um voto, mas considerarem como O VOTO que muda e que faz a diferença. O cidadão deve manifestar seu voto não apenas pelo número digitado, mas pela consciência e cumprimento de seu papel político, envolvendo-se nas questões da sua cidade, do seu bairro, da sua rua. Nossos dedos não apontam apenas para aquilo que esperamos receber no futuro, mas também para aquilo que somos no íntimo, como cidadãos. Se honra, honra. Se caráter, caráter. Se honestidade, honestidade. O voto do povo é, e continuará sendo o reflexo daquilo que está no coração e na mente de cada um. Por isso, nas próximas eleições, pense bem. Muito mais que votar, é preciso ser o próprio VOTO.

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